quarta-feira, 26 de março de 2014

8º GRANFONDO DO BRASIL DE CICLISMO

     Neste mês aconteceu o 8º Granfondo do Brasil de Ciclismo em Ubatuba, prova que considero a melhor de nosso calendário, tanto pelo percurso maravilhoso, na rodovia Rio Santos, como pelo número de atletas. Este ano não pude participar, mas quatro de meus alunos participaram. Segue o relato do Gleisson Araújo em sua primeira prova de ciclismo:


8º GRANFONDO DO BRASIL DE CICLISMO

     Nada melhor do que estrear em uma prova de ciclismo tão bacana quanto o Granfondo do Brasil de Ciclismo. Uma bela prova que acontece na Rodovia Rio-Santos, no trecho que interliga as cidades de Ubatuba-SP e Paraty-RJ. 


      A prova, que bateu recorde nesta edição com cerca de 1200 atletas inscritos, é dividida em duas modalidades, sendo o Granfondo com um total de 160 km, indo e voltando de Ubatuba até Paraty, e o Mediofondo, que tem o retorno um pouco antes, com total de 106 km, modalidade na qual participei. 


     Tudo começou em meados de setembro de 2013, quando o Coutão (Nosso treinador Fernando Couto) comentou sobre o Granfondo – que estava planejado para acontecer em novembro – e me perguntou se eu tinha interesse em participar. Lembro que a partir de então fiquei super empolgado com a possibilidade de participar de uma prova de ciclismo pela primeira vez, ainda mais numa prova com esta proporção.
     Logo se iniciaram os treinos mais focados para esta prova. Pedalamos em velódromo, nas ruas da USP, Ciclovia da Marginal Pinheiros, Caminhos do Mar (Riacho Grande), Campos do Jordão, dentre outros, além de algumas trilhas de MTB que se juntaram ao volume de treino. Teve chuva, sol, vento, poeira, neblina, muitas subidas, várias dores, algumas câimbras. Treinos com ônibus de apoio, com parceria da Pássaro Marrom / Litorânea. Pedaladas sozinho e também em grupo, com agradecimento especial aos amigos que também tem paixão pelo ciclismo, todo o VéloTeam, Flavião (Flávio Rossi), Coutão, além de outros que participaram dos nossos treinos, gerando mais motivação e força de vontade para seguir em frente.


     A ansiedade foi cada vez mais tomando conta. Eu acessava constantemente o site da Federação Paulista de Ciclismo (FPC) para verificar se as inscrições já estavam abertas. Finalmente no início de outubro as inscrições se iniciaram. Rapidamente já efetuei minha inscrição e providenciamos (eu e o Flavião) a reserva de hotel. Daí em diante a ansiedade aumentou mais ainda.
     A prova estava prevista para acontecer em 24/11/2013. Porém, no dia 11/11/2013, menos de duas semanas antes, a FPC envia um e-mail informando que a data seria alterada para 09/03/2014, em função de obras que estavam ocorrendo no trecho da rodovia onde a prova seria realizada. Foi um balde de água gelada. Teríamos que aguardar mais de 3 meses. Mas, naquele momento, pensei comigo, vou aproveitar que teremos esse tempo e vou intensificar os treinos.

    
     Fizemos treinos na Estrada dos Romeiros, com belas subidas e também belas paisagens, que foram fundamentais.


     Em determinado momento surgiu a ideia de que seria muito legal se conseguíssemos fazer um treino no trecho da prova para efetuar o reconhecimento. Comentei com o Couto que de imediato comprou a ideia, já comentando com nosso amigo Guilherme Bongiovani, que também gostou da ideia e ajudou na realização, fornecendo o ônibus de apoio para nos acompanhar neste último treino forte, que aconteceu duas semanas antes da prova.
     Este treino foi o melhor! A sensação de pedalar pela Rio-Santos era espetacular. A paisagem é maravilhosa. Porém foi um treino duro, nos últimos 30 km sofri bastante com fortes câimbras! Quebrou raio da bike! Mas, com um esforço extra e tomando bastante água consegui finalizar o treino. Aí é que aumentou ainda mais a ansiedade com a prova.


     Enfim, chegou o final de semana tão esperado. Saímos de São Paulo no sábado, 08/03/2014, em direção a Ubatuba-SP, eu e o Flavião.


     Chegando a Ubatuba, fomos ao hotel oficial da prova para fazermos a retirada dos kits. Achei a camiseta muito bonita e de ótimo acabamento. A cidade já estava em clima de competição, tinha bike para todo lado. Pegamos o kit e fomos para hotel organizar as coisas para o dia seguinte. Dar aquela última checada na bike, fixar os adesivos de numeração no capacete, o chip de cronometragem na bike, calibrar pneus e separar roupa, gelzinho de carboidrato e demais acessórios. O clima parecia que iria colaborar, estando o tempo nublado e não muito quente.
     Já havia caído a noite quando saímos para fazer aquela refeição rica em carboidrato e com um sabor excepcional. Uma bela massa com frutos do mar. Uma delícia!!!


     Finalmente, o GRANDE DIA!!!

Domingão, 09/03/2014, de pé às 06h15m da manhã, super ansioso, fui me encontrar com o grandes companheiros desta conquista, Flávio Rossi, Júlio Ramos, Nuno Parente e Frederico Pescuma, para tomarmos um café da manhã bem reforçado com a fantástica recepção do nosso astro rei. 

 
Fotos de Frederico Pescuma

     Conversamos um pouco e decidimos que a estratégia seria permanecermos juntos durante toda a prova. Demos aquela recarregada nas baterias e partimos com nossas magrelas em direção ao ponto de largada. Chegamos por volta das 07h20m e já tinha uma concentração de mais ou menos uns quatrocentos ciclistas posicionados na largada. A emoção foi tomando conta!!!

     Rapidamente foi aumentando a aglomeração dos quase 1200 atletas que iriam participar da competição. Um calor forte logo cedo, com termômetro já marcando 27 graus!!! O sol já estava prometendo uma dificuldade a mais durante a prova.


     Mas em meio àquela euforia, rapidamente os minutos se passaram e logo foi dada a largada.
Nos primeiros quilômetros estava tudo muito tumultuado, com vários competidores querendo fazer ultrapassagens, pouco espaço para manobras. De repente, logo no início, com menos de 2 km de prova, encontramos com o Fred apoiado em sua bike! Seu pneu havia estourado e ele capotou com a bike, sendo obrigado a abandonar a competição! Porém nos incentivou a dar continuidade.
     Foi quando entramos na rodovia, e eu avistei aquele pelotão quilométrico que bateu a emoção forte! Foi neste momento que surgiu uma grande empolgação e começamos a pedalar mais rapidamente para não nos afastarmos dos pelotões que se formavam a nossa frente. Nos primeiros 10 km mantivemos uma média de 40 km/h. A adrenalina estava a mil!
     Eis que aos 14 km chega a primeira subida forte, mas não a maior. Foram quase 2 km e meio de subida, quebrando os grandes pelotões e formando pequenos grupos mais esparsos. Daí pra frente, seguimos basicamente em nosso agrupamento (eu, Flávio, Júlio e Nuno).


     Por volta do km 32 chegamos ao primeiro ponto de abastecimento, onde completei minha garrafa com água e bebi o restante da garrafinha que peguei.
     Seguimos tranquilos, com algumas subidas leves, até a chegada do km 41, onde se iniciou a grande subida de sete quilômetros. Aí foi a hora de relaxar e apreciar a paisagem por quase 30 minutos de subida. Neste momento já estavam descendo alguns pelotões em altas velocidades. Logo chegamos ao segundo ponto de abastecimento, próximo ao km 46, onde tivemos uma notícia nada agradável. A água havia acabado! E o pior de tudo, não tinha água e nenhum outro ponto dali pra frente!
     Próximo do final da subida, antes da divisa com o estado do Rio de Janeiro, aviste a placa de retorno da categoria Mediofondo. Foi um alívio saber que metade do sofrimento já tinha passado. Em seguida a descida de 7 km, que durou 10 minutos, atingindo velocidades de até 68 km/h, foi revigorante. SENSACIONAL!!!
     Após 60 km de prova, o sol estava castigando, conforme previsto já no início! O cansaço já dominava! O Flávio começou a sentir câimbras, eu e o Júlio estávamos exaustos! Quando eu tentava pedalar em pé, imediatamente já desistia porque sentia que seria pego pelas câimbras. Somente o Nuno continuava “voando” nas subidas. E assim, seguimos em frente, sempre aguardando uns aos outros, superando nossas dificuldades rumo ao final.
     Com a água racionada e o calor intenso, sofremos bastante. Ao passar pelo posto da Polícia Federal, que estava apoiando a prova, não pensei duas vezes; pedi para encher a garrafinha. Fomos super bem recebidos pelos policiais, que permitiram nosso abastecimento, o que foi fundamental para finalizarmos o percurso.
     Passados 76 km, chegamos finalmente na última subida forte. Já estávamos no limite! Quando chegamos ao topo, foi uma alegria total! Restavam apenas 14 km, e era praticamente plano.
     Faltando uns 10 km para finalizar, começamos a ser ultrapassados pelos primeiros colocados do Granfondo, que passaram em alta velocidade! A média de velocidade destes caras nesta prova é de 42 km/h! Lembrando que pedalaram 160 km. Aff...
     Era a reta final! Cerca de uns 6 km para a linha de chegada! Novamente a empolgação tomou conta! Mantendo velocidade na média de 32 km/h, estávamos nos aproximando do final! Era muita emoção neste momento! Entramos nas ruas da cidade e de repente era a última curva para, enfim, cruzarmos a tão esperada linha de chegada!
     Passamos todos juntos! Emocionados! Com uma imensa satisfação de ter completado a prova!


     Recebemos nossas merecidas medalhas. Ficamos um pouco por ali, em meio aos participantes, curtindo aquele clima legal de satisfação geral! Logo retornamos ao hotel para preparar o retorno a São Paulo!


     Foi, sem dúvida nenhuma, uma experiência fantástica! Que marcou bastante e que irei lembrar para sempre! E que me motivou ainda mais para participar de outras que certamente virão!


     E para fechar com chave de ouro, ainda fomos presenteados com um belo por do sol chegando em Sampa! Simplesmente Maravilhoso!


quarta-feira, 19 de março de 2014

CHECKLIST - TRIATHLON



     Como meu esporte de origem é o ciclismo, costumava brincar e reclamar da quantidade de material que tinha que levar para as competições. Pois além da bike levava rodas reserva, capacete, óculos, bomba de ar... Brincava que era muito mais fácil se corredor, pois só teria que levar um par de tênis, mas “paguei minha língua” quando comecei a praticar o triathlon. Nunca mais reclamei, pois o tanto de material triplicou!
     Se você é um triatleta profissional ou vai fazer sua primeira prova, sempre vai ficar com a sensação que esqueceu alguma coisa. Para amenizar este problema o ideal é fazer uma lista com todo o material que vai utilizar e preparar em uma mochila (grande), podendo deixar sempre parte do material já guardado.
      Preparei uma checklist para ficar sempre na sua mala esportiva e não deixar nada para trás no dia da competição. Nesta lista têm tudo que você pode utilizar em uma competição de triathlon, talvez não precise, ou ainda não tenha tudo que está descrito, mas o essencial para realizar sua prova está em negrito.

1 - Comprovante de pagamento e documentos:
      Não adianta lembrar de todo material e esquecer do comprovante de seu pagamento e seus documentos, também fique atento aos horários de retirada do kit e largada, não perca a prova antes de começar.

2 – Chip de cronometragem:
      O chip é entregue pela organização da prova e deve ser utilizado durante o evento para marcar seu tempo e parciais dos esportes na prova. Não esqueça de levar no dia da prova pois sem ele não poderá largar. Geralmente a organização da prova oferece os fixadores ou porta-chip, como uma caneleira de neopreme ou elástico. Se preferir deixe em sua mochila um porta chip ou uma tira elástica caso tenha algum problema com o fixador oferecido pela organização.

3 – Protetor solar:
      Mesmo em dias nublados não deixe de utilizar o protetor solar, pois além de evitar queimaduras de sol na pele, ele pode ajudar a regular sua temperatura corporal, minimizando a perder rendimento.

4 – Roupa de competição:
      Prefira utilizar material específico de triathlon, como macaquinho ou top e bermuda, pois como são feitos de forma específica, oferecem maior conforto. Uma sunga por exemplo pode machucar durante o ciclismo, e uma bermuda de ciclismo pode machucar durante a corrida. Prefira o material específico para poder realizar as três modalidades com a mesma roupa.

5 – Óculos de natação:
      Os óculos são essenciais para a natação, e prefira modelos maiores e confortáveis, pois principalmente na largada pode haver contato com outros participantes. Óculos maiores protegem mais o rosto diminuindo o risco de um machucado proveniente de uma pancada inesperada.
      Lembre de verificar se as tiras de fixação do óculos não estão ressecadas e fáceis de romper. Se estiverem use um óculos novo.

6 – Touca de natação:
      A touca normalmente é entregue pela organização junto com o kit, e é obrigatória. Algumas mulheres preferem nadar com uma touca a mais para prender melhor o cabelo, utilizando a touca de da organização por cima da outra touca. Em águas muito frias alguns atletas preferem nadar com duas toucas, para diminuir o frio na cabeça.

7 – Relógio:
      Pode ser utilizado para o atleta se orientar quanto ao ritmo de prova.

8 – Roupa de borracha:
      A roupa de borracha é utilizada quando a água está fria, mas a maioria das organizadoras das provas liberam seu uso para amadores independente da temperatura da água, pois melhora a flutuabilidade e o desempenho. Não esqueça da sacola plástica para facilitar na hora de vestir a roupa.

9 – Vaselina:
      A vaselina ou produto específico para uso esportivo é utilizado principalmente para evitar assaduras provenientes do contato da roupa de borracha com o pescoço. Algumas pessoas também utilizam contra assaduras na virilha ou mamilos.

10 – Curativos adesivos:
      Os curativos adesivos são utilizados por alguns atletas nos mamilos para evitar machucados pelo atrito. Principalmente se a natação for no mar, o sal pode agravar o contato da pele com o tecido da roupa.

11 – Toalha:
      Algumas pessoas preferem se enxugar, principalmente os pés antes da etapa de ciclismo.

12 – Bicicleta:
      Claro que você não vai esquecer de levar sua bike, mas tenha certeza que ela está em boas condições de uso, não deixe que um problema mecânico te tire da prova. O ideal é fazer uma revisão completa na semana anterior a prova e testar a bike em ao menos um treino. Mas de qualquer forma sempre verifique se os pneus estão na pressão correta, se a corrente está limpa e engraxada e se as marchas estão funcionando corretamente.

13 – Bomba de ar:
      Leve uma bomba de ar grande para deixar os pneus na pressão adequada antes de deixar a bicicleta na área de transição.

14 – Kit de reparo.
      Sempre é bom levar um kit de reparo, como câmara de ar, espátulas, e bomba pequena ou cilindro de CO2 e adaptador. Caso use pneus tubulares use liquido selante ou leve um outro pneu. Se usar aro alto lembre de levar o prolongador do bico da câmara. Leve também uma pequena chave para algum reparo.
Algumas provas oferecem apoio mecânico, mas pode demorar a chegar e podem não ter material como câmaras de ar, portanto tente aprender como se arruma um pneu furado e como fazer pequenos reparos na sua bicicleta.

15 – Sapatilha:
      Caso utilize sapatilha especial para ciclismo, prefira utilizar as específicas de triathlon, pois poupam tempo na hora da transição de um esporte para outro. Se utilizar sapatilha de ciclismo, uma dica é cortar a língua da sapatilha para facilitar no hora de calçar.

16 – Meias:
      Caso sinta mais confortável utiliza meias durante o ciclismo e a corrida, as vezes vale a pena perder alguns segundos para calçá-las, mas depois podem ser recuperados com um melhor desempenho sem machucar os pés.

17 – Capacete:
      Lembre de verificar se está com uma boa fixação na cabeça para não ficar “dançando” em sua cabeça durante a prova.

18 – Óculos de sol:
      Prefira óculos com armação de plastico, pois não machucam o rosto em caso de uma queda.

19 – Camisa de ciclismo:
      Em dias frios pode ser colocada na transição para aquecer o peito, pois o atleta começa a pedalar molhado.

20 – Número:
      O número é oferecido pela organização do evento, mas sua utilização varia de prova para prova. Fique atento ao regulamento, pois algumas provas exigem que o atleta utilize o número no ciclismo e na corrida e algumas só exigem que ele utilize na corrida.

21 – Porta número:
      O porta número é uma cinta onde você fixa seu número de papel, e é fácil de prender ao corpo. Melhora no conforto e na praticidade, ao invés de prender o número com alfinetes em sua roupa.

22 – Tênis:
      Prefira utilizar cadarços elásticos em seu tênis, pois assim ele já fica amarrado, facilitando sua transição, e evitando que ele desamarre durante a prova.

23 – Boné/viseira:
      A corrida é a hora de maior calor na prova, se previna do sol.

24 – Hidratação e alimentação:
      Lembre de encher suas garrafinhas e levar a comida para a prova. É importante nunca olhar os esportes de forma separada, pense no tempo total de prova para se alimentar e hidratar. As vezes as pessoas podem pensar que não precisam se alimentar para realizar uma corrida de 5 km por exemplo, mas você já terá o desgaste da natação e do ciclismo.

      Aparelhos eletrônicos como celulares e dispositivos de música normalmente são proibidos pela organização das provas. De qualquer forma não utilize estes aparelhos para evitar acidentes por distração ou não conseguir ouvir bem.
      É muito importante que você não utilize nada de diferente ou novo no dia da prova. Não experimente nenhum equipamento novo, como tênis por exemplo. Também não mude sua alimentação, não experimente um novo alimento durante ou antes da prova, se alimente como no seu dia a dia ou como a orientação de seu nutricionista. Equipamentos e uma alimentação ou suplementação novos devem ser testados durante os treinos, para que não proporcionem nenhum problema no dia da prova.
      Depois de tudo arrumado é só se concentrar e curtir sua prova!